O secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, declarou à agência Lusa que Frederico Gil "fez um jogo fantástico, talvez o mais importante de sempre do ténis nacional", referindo-se ao duelo desta semana com o n.º1 mundial, Rafael Nadal, no Masters 1000 de Miami, o sexto torneio mais importante do mundo, depois dos quatro do Grand Slam e do Masters.

Quando Frederico Gil tinha 18 anos, nunca acreditei que viesse a franquear as portas do top-70 do ranking mundial, como sucederá, mais tarde ou mais cedo.

Numa altura em que só oiço e leio merecidos elogios ao nosso n.º1 do ténis, recordo-me que, há um par de anos, ninguém previa - e sublinho o ninguém - a ascensão que Gil conhece neste momento, ao ponto de ser legitimamente considerado o melhor tenista português de todos os tempos, embora eu ainda exija dele um pouco mais para lhe dar esse estatuto inevitável. É uma mera questão de tempo.

Determinados factores tiveram alguma importância no sucesso de Gil, como algum apoio da Federação Portuguesa de Ténis e das suas equipas técnicas, o Clube Escola de Ténis de Oeiras, as verbas e a exposição mediática angariadas em torneios nacionais (sendo o Estoril Open o expoente máximo), a competitividade interna (de companheiros como Rui Machado e Leonardo Tavares, entre outros), o parco apoio do Estado português (as bolsas de alta competição irrisórias e, mais recente- mente, o Centro de Alto Rendimento) e alguns patrocínios.

Mas sejamos honestos e sinceros, o mérito de Gil é exclusivo dele em primeira instância e em segundo grau dos que sempre o apoiaram sem reservas: a sua família e a sua equipa técnica, liderada por João Cunha e Silva. 'Fred' enfrenta agora outro desafio, este fora dos 'courts' - criar um núcleo- -duro de verdadeiros amigos e ignorar a colagem que já se faz à sua imagem. Há muitos a quererem andar à boleia do esforço alheio. Fonte:DN